A copa do mundo terminou mas seus acontecimentos ainda repercutem pelo mundo. Após fazer a pior campanha da sua história, a Itália resolveu tomar uma providência polêmica, reduziu de dois para um o número de jogadores de fora da comunidade européia que cada time terá direito a contratar.
Os times da série A reagiram com fúria a decisão alegando não terem sido convocados a votar numa decisão de tamanha importância. Além disso negociações em andamento ou até mesmo concluídas estão automaticamente ameaçadas de não acontecer em virtude da nova regra.
Uma que pode “melar” é a da contratação do meia Hernanes do São Paulo pela Lázio, pois o time já fechou com um Uruguaio e pode não querer continuar as negociações. A nova regra diz que o time até pode ter mais de um extra comunitário, mas apenas um por vez pode atuar. Mas o que é um extra comunitário afinal?
A comunidade européia é formada pelos países que participam da zona do euro e tem tratados de livre trânsito de pessoas pelos países participantes, então os clubes italianos poderiam contratar jogadores desses países livremente, mas não poderiam ter juntos, dois Brasileiros por exemplo.
O maior exemplo dessa globalização foi o time da Inter de Milão campeão europeu sem nenhum italiano em campo na final contra o Bayern de Munique, no final da partida Materrazzi entrou como que para justificar a nacionalidade.
A justificativa de que barrando os extra comunitários faria com que os jogadores italianos fossem mais valorizados é válida? em partes sim, mas é preciso frisar que os clubes continuarão a buscar reforços na própria Europa, valorizando jogadores de países como Portugal, Suécia, Holanda, etc. É uma medida que deve fazer pouca diferença no final das contas. O que os italianos deveriam fazer é valorizar as categorias de base do país, recompensando de alguma forma clubes formadores e jogadores mais novos, pois é cada vez mais comum irem buscar craques ainda meninos em outros países, quando o valor das transferências ainda não é muito alto. Exemplos não faltam e o mais claro é o de Lionel Messi que saiu de seu país natal assim que completou a maioridade. Alguns clubes já tem garotos de 14, 15 anos contratados em seus países de origem, apenas esperando a hora de levá-los embora. Um caso recente no futebol brasileiro aconteceu com o meia Phillipe Coutinho do Vasco, que mal jogou profissionalmente pelo seu clube formador pois sua carreira européia já estava definida.
Por outro lado é preciso fazer algo, países como Itália, França e Inglaterra levaram à copa seleções com deficiências técnicas sérias, os ingleses não tinham um goleiro de confiança no elenco já que a maioria dos clubes os traz de fora, a França insistiu nos mesmos jogadores repetidos de três copas atrás, mostrando que não há renovação, e a própria Itália montou um time fraco, sem criatividade que não teve forças nem para bater a Nova Zelândia.
E você leitor do futeboliche, acha certa a decisão dos italianos? tem alguma idéia de como mudar essa situação? então deixe um comentário para sabermos a sua opinião